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Writer's pictureKatherina Cordás

A história dos restaurantes e como as melhores ideias nascem em momentos de crise

"O que não me mata me fortalece". Dependendo da sua idade, talvez você interprete isso como uma tradução de uma música pop. Seja lá qual for sua referência (Nietzsche ou Kelly Clarkson / What doesn't kill you makes you stronger), a frase é verdadeira em muitos aspectos: anticorpos, decepções e claro, momentos de crises.


Ao longo da história, guerras, crises e colapsos vieram seguidos de boas ideias. A Nutella, por exemplo, nasceu de uma Itália derrotada com a II Guerra Mundial que, com uma economia estagnada, viu o fornecimento de cacau definhar. O confeiteiro Piero Ferrero, resolveu criar uma pasta que levasse um tiquinho de cacau, misturado com avelãs. Não preciso me estender quanto ao sucesso dessa ideia. Outro exemplo que transformou o mundo, veio com a Revolução Francesa. Em 1795 o governo francês ofereceu um prêmio a quem inventasse uma forma de preservar comida para o exército. O chef Nicolas Appert criou assim, um tal método de conservar alimentos em latas de metal mudando a história da alimentação, digamos, para sempre.


O meu exemplo favorito, porém, também se deu por conta da Revolução Francesa. Em um dos períodos de maior colapso de uma monarquia, surgiram os primeiros restaurantes modernos. Os chefs que trabalhavam para uma nobreza que saiu fugida (ou decapitada), ao perderem seus empregos, buscaram uma alternativa para o momento de crise: abriram casas exclusivamente para comer. Que boa ideia! Claro, antes disso a maioria das culturas já tinham uma longa tradição de hospitalidade, com tavernas e hospedarias que recebiam viajantes com bebidas e algumas comidas. Mas com a Queda da Bastilha, estes gourmets de primeira categoria adaptaram todo seu conhecimento a casas específicas para refeições e criaram pela primeira vez na história um local onde pessoas podiam comer o que queriam, a hora que queriam. Nasceu assim uma igualdade social do comer: os comensais poderiam ser pessoas quaisquer, motivadas apenas pelo direito da escolha do bem comer -o acesso da gastronomia a todas as classes.


Momentos de crise como vivemos hoje, talvez, façam nascer grandes ideias que podem transformar a humanidade para sempre. Afinal, o que seria de nós sem os restaurantes?



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