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Writer's pictureKatherina Cordás

A história do Vinagre balsâmico

Almocei outro dia na casa da minha amiga @rosamoraes (pré quarentena, claro), e provei o aceto balsâmico do @massimobottura, que ela trouxe de Modena. Doce, víscido, concentrado, algo fora de série. O autêntico vinagre balsâmico é protegido por denominação de origem controlada, das regiões de Modena e Reggio Emilia. Esse tipo de vinagre teve sua primeira versão no Império Romano, o "acetum", que era envelhecido por cerca de 25 anos, e depois usado para "temperar" vinho, como remédio ou para adoçar no lugar do mel. A receita romana foi além do império e ganhou fama anos mais tarde na região de Emilia-Romagna, na Itália. Dizem que em 1046, o imperador Henrique III viajava em direção a Roma, quando parou em Piacenza, distribuindo presentes aos aristocratas da região - um pouquinho de networking não faz mal a ninguém. Para retribuir, o visconde de Mântua enviou ao rei um presente bombástico que consistia em 100 cavalos,100 gaviões bebês e 100 andorinhas, agrado caríssimo, teoricamente imbatível aos olhos do visconde. Não esperava ele, porém, que o duque da Toscana, Bonifacio, iria deixá-lo no chinelo com um potinho mágico de nada mais nada menos que aceto balsâmico, de produção própria em seu castelo na região de Canossa. O duque fez uma garrafinha de prata, encheu-a de vinagre e mandou entregar a relíquia ao monarca, causando, para surpresa de todos, êxtase absoluto. Henrique III ficou tão surpreso com o sabor que o nomeou Senhor de todos os senhores feudais, tornando-o o homem mais importante da região. Já em Modena, os escritos sobre o vinagre surgiram apenas no século XVII. Como uma forma de agitar a economia da região, clãs começaram a incentivar a produção local, o que englobou o balsâmico. A palavra balsâmico inclusive surgiu apenas em 1747, devido às supostas propriedades medicinais deste bálsamo. Durante anos os métodos de produção do aceto foram mantidos a sete chaves, passando apenas de pai para filho. A importância do vinagre era tanta que suas barricas eram consideradas preciosos dotes de casamento, passadas de geração em geração, inclusive mencionados em muitos testamentos da região: "No pleno uso das minhas faculdades mentais, deixo meu vinagre a..."


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