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Writer's pictureKatherina Cordás

A história do Açaí

“Açaí, guardiã, Zum de besouro um imã”, palavras de Djavan para falar sobre esse importante fruto brasileiro, no caso, que atrai besouros (barbeiros que transmitem doença de chagas) e que atraiu também tantas pessoas ao longo da história do país. Como disse Câmara Cascudo, "entre as bebidas herdadas dos indígenas o açaí possui a presença mais prestigiosa e contemporânea". Pois é, fruto ancestral, reina no mundo hoje através do apelo "Superfood", quando a palavra antioxidante se tornou um termo mágico que promete o antienvelhecimento -quem não quer um rostinho de bebê se o preço for um delicioso açaí bowl? O Brasil é hoje responsável por 85% de sua produção mundial, mais de 1,25 milhão de toneladas por ano. Do tupi, "fruta que chora", reza a lenda indígena que a origem do açaí veio de uma benção do deus Tupã a um povo que passava fome, onde hoje é Belém do Pará. Fruto democrático, o açaí é consumido por todas as classes sociais do Brasil: doce ou salgado, o fruto é repleto de vitaminas, proteínas, aminoácidos e tem poder antioxidante 30 vezes maior que o vinho tinto. Mas foi só nos anos 90 que o açaí ganhou fama pelo país - seu consumo até então era regional, mencionado em diversos livros do século XIX por estudiosos que visitavam o país em busca do exotismo. Nasceu assim o provérbio paraense: "Quem vai ao Pará, parou…Bebeu açaí, ficou". O naturalista Alfred Russel Wallace, escreveu em 1848 sobre um desconhecido fruto: "Nos matos apanhamos cocos de açaí, dos quais se faz uma bebida muito apreciada pelo povo, e que é, de fato, muito boa, quando a ela nos acostumamos(...)com a consistência de um creme de bonita cor vermelha, que se come com açúcar e farinha. Com seu uso torna-se muito agradável ao paladar, pois fica muito parecido com o creme de noz". Hoje o fruto indígena tornou-se pop, fazendo sucesso até em forma de funk, na voz da vendedora ambulante de açaí Vanessa Esplendorosa, que chegou ao top 50 vídeos virais de 2018 com suas rimas para cativar clientes na praia de Ipanema: "Eu te pergunto/ Não sei se você gosta/ Eu vou botar leitinho/ A granola e a paçoca/ Tá mó calor/ Eu vou te perguntar/ Se tu gosta de açaí/ Te prepara pra tomar/ Açaí/ Açaí com paçoca".



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