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A história da Rabanada

Writer's picture: Katherina CordásKatherina Cordás

Ano passado entrei numa obsessão tão grande por rabanadas no Natal que, no caminho entre a cozinha e a mesa de jantar, enfiei umas 3 na boca de uma vez, acabei engasgando e fazendo todo mundo sentar longe de mim achando que podia estar com covid. Não gente, era tosse de engasgo de rabanada muito quente - literalmente, muita sede ao pote. Esse ano, aguardo ansiosa pela tradicional leva da @nataliemehler no dia 24.


🍞A rabanada teve muitos nomes através da história: pain perdu, french toast, torrija, fatia dourada, parida, bread and butter pudding, arme ritter, suppe dorate, poor knights of Windsor e por aí vai. Com um ou outro ingrediente diferente, as rabanadas são fatias grossas de pão amanhecido, mergulhadas em leite, ovos e fritas em óleo, finalizadas com açúcar. Crosta dourada, crocante, caramelizada. Interior úmido, esponjoso, salivante.


🥛Criada para aproveitar o pão amanhecido, sabe-se que as Rabanadas já existiam pelo menos desde o Império Romano, conhecidas como "Pan Dulcis". Sua receita mais antiga se encontra no livro de Apicius, gastrônomo do séc I, como “aliter dulcia”, algo como "outro prato doce". Na receita, "corte o pão fino, retire a crosta e quebre-o em pedaços bastante grandes. Mergulhe no leite e no ovo batido, frite em óleo, cubra com mel e sirva."


🥚As rabanadas se popularizaram na Idade Média por ser uma boa forma de reaproveitar o alimento - daí veio também a simbologia cristã para a receita. O pão velho e rançoso - literalmente "pain perdu" ou pão perdido - mergulhado em leite e ovos e frito em chapa quente com gordura, tornou-se prato estimado por todas as classes do período medieval.


🍯Com diferentes receitas por toda Europa, as rabanadas alemãs, ou as "arme ritter", já faziam sucesso desde o século XIV, mesma época em que, na França, o cozinheiro Taillevent preparava as "toastées dorées", com pão duro imerso em ovo e frito - aqui, sem uso de leite. Em 1450 a receita de "Suppe dorate" de Maestro Martino no "Libro de arte coquinaria", recomendava que se embebesse fatias de pão branco em ovos, açucar e água de rosas, se fritasse em banha e regasse com uma mistura amarela de água de rosas e açafrão 🤤








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Comes por Katherina Cordás © 2018 

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