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Writer's pictureKatherina Cordás

A história da Geléia

Sempre fui a louca da geléia. Ontem percebi que todo primeiro andar da minha geladeira é ocupado por intermináveis potes de uma verdadeira coleção de frutas em uma de suas melhores formas. ❤️


Geleias e Marmeladas, ambas formas de conservar frutas em açúcar, onde, geleias dependem da pectina na fruta, enquanto a marmelada se forma pelo concentrado da polpa açucarada. Mas as conservas de frutas existem desde a Antiguidade, como os marmelos descascados e preservados em mel, servidos em banquetes atenienses, e depois na Roma Antiga, para fins medicinais. Diversas versões de geleias surgiram ao longo da história, como o Melomeli, frutas em hidromel, citado no livro do romano Columela (4 d.C-70 d.C) e no séc IX, conservas citadas no tratado de etiqueta do imperador bizantino Constantino VII. Através dos portugueses a marmelada chegou em diversos lugares do mundo, como na Inglaterra no final do séc XV, onde fez sucesso tremendo. A primeira referência do doce no país foi em 1524, quando um nobre presenteou o rei Henrique VIII com um pote. Nos manuscritos da infanta Maria de Portugal (1521-1577), existem receitas de marmeladas, que usam bastante açúcar para época, relacionadas ao intenso cultivo e exportação de açúcar do Império: na receita de "Marmelada de Ximenes", cozinha-se 2kg de marmelo em 2kg de açúcar, amassa, peneira e mistura novamente na calda em ponto de bala. Feitas exclusivamente para se cortar de faca até o séc XVIII, com a revolução industrial, popularizou-se potes de geleias mais líquidas.


No Brasil, com todas as formas de preservar frutas trazidas pelos europeu, como em álcool ou em vinagre, as conservas com açúcar fizeram maior sucesso. O livro, "Cozinheiro Nacional", de c.1870, a primeira tentativa de classificar a cozinha brasileira, diz que "geleias formam unicamente parte das cozinhas mais opulenta, e servem tanto para entremeio como sobremesa (...) além de serem iguarias em extremo saborosas", seguido de receitas de geleias de mocotó, laranja, vinho de Málaga e marmelos à brasileira. Com o tempo, as receitas portuguesas se adaptaram para sabores que caíram na graça dos brasileiros, surgindo marmeladas de goiaba, de banana, de manga e por aí vai






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