Ingrediente indispensável na culinária brasileira, principalmente na cozinha caipira, a cebola perfuma a casa, provoca o choro, traz luz a qualquer refogado que se preze. No Brasil há cerca de 500 anos, foi introduzida pelos portugueses e não demorou a ganhar espaço na maioria das receitas do país. Provavelmente, a cebola é originária da Ásia Central, cultivada na Índia e na China há mais de 5 mil anos. Um dos mais antigos vegetais domesticados, a cebola é de fácil cultivo, transporte e conservação. Existem registros do cultivo de cebolas em antigos jardins chineses e como uso medicinal em textos vedas indianos como um vegetal diurético, digestivo, bom para o coração, olhos e juntas. No Egito antigo as cebolas eram objetos de adoração, não apenas usadas como alimento, mas como medicina e nos funerais, por simbolizar eternidade por sua estrutura - um círculo dentro do outro. Os egípcios colocavam cebolas nas cavidades de suas múmias - inclusive o faraó Ramessés IV, morto em 1149 a.C., foi sepultado com cebolas em suas cavidades oculares. Na Grécia antiga, a cebola era usada para fortalecer os atletas nos jogos olímpicos. Antes das competições, os atletas comiam quilos de cebola, bebiam seu suco e a esfregavam pelo corpo. No Império Romano, Plínio o Velho, escreveu sobre o poder da cebola para fortalecer os olhos, induzir o sono, curar feridas, mordidas de cachorro, dor de dente e de estômago. Os romanos, inclusive, disseminaram a cebola através de seu império, levando-a da Itália para Espanha, Balcãs, Inglaterra e Europa central. Na Idade Média a cebola era um “hit”. Extremamente acessível, era usada em diversas receitas e prescrita como remédio. Mas foi no renascimento, com as grandes navegações que a cebola se disseminou pelo resto do mundo, ganhando o paladar mundial nas mais variadas receitas.
🖼️ Girl Chopping Onions, do holandês Gerrit Dou, 1646.
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