Em um mercado de comida surgiu o coronavírus. Este vírus que se tornou pandemia, já matou milhões de pessoas e entocou a maioria, emergiu, ao que tudo indica, no mercado de Wuhan, na China, provocado por um consumo exótico e supersticioso.
Dos primeiros 41 pacientes com coronavírus, 27 estiveram no local. Estes mercados são extremamente úmidos, propícios a proliferação de vírus. Mas o problema não é o mercado em si, tão importantes sócio culturalmente, mas as condições de venda desses animais, que abrem brechas para vírus como SARS e COVID19.
Na China dos anos 70, o regime responsável pela produção alimentícia, não conseguia manter a população. Em 1978,a beira do colapso, foi autorizada a criação de animais silvestres. Grandes produtores dominavam a indústria de gado, suína e aviária, estimulando os pequenos a criarem animais como cobras, tartarugas e morcegos para sobreviver. Este tipo de produção se restringia ao consumo próprio dos camponeses mas, com o tempo, o governo encorajou a produção para venda. Em 1988 uma nova lei foi instituída para tornar possível a comercialização desses animais para o consumo da população. Assim nasceu esta indústria, com cada vez mais espécies vendidas nestes mercados: avestruz, raposas, pavões, ursos, ratos, jacarés... Isso abriu espaço para um mercado ilegal, incluindo rinocerontes, tigres e pangolins. Hoje, estes animais ficam vivos em gaiolas, empilhadas umas sobre as outras, o que faz com que excrementos, pus e sangue escorram entre eles, favorecendo a criação de novos tipos de vírus. O homem ao manipular estes animais, contrai o vírus e, na comercialização, passa para outras pessoas. Em 2018 esta indústria cresceu consideravelmente na China, mas a maioria da população chinesa não consome este tipo de animal - os maiores compradores são as classes altas que os usam não apenas para comer, mas em tônicos, fortificantes, afrodisíacos e remédios. Uma prática que se originou pela necessidade de vencer a fome, criando novas opções de alimentação, acabou tornando-se uma prática insalubre, financiada por uma minoria que incentiva este consumo supersticioso, afetando não apenas o restante da população chinesa, mas também o mundo.
Fontes: 🎬 "Why new diseases keep appearing in China" - Youtube; 📰 “Commentary: No, China’s fresh food markets did not cause coronavirus”- LA Times; 📰 "China’s Omnivorous Markets Are in the Eye of a Lethal Outbreak Once Again"- NY Times; 📰 "Mercados de animais silvestres na China podem estar ligados ao coronavírus" - Estado de SP; 🎬 "The Next Pandemic: Explained" - Netflix.
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