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Writer's pictureKatherina Cordás

Desenhar comida é desenhar cultura e história: os filmes da Ghibli

"Desenhar comida é desenhar cultura e história", frase da exposição "Delicious! Animating Memorable Meals", que aconteceu em 2017 no museu Ghibli em Tóquio. Desde fevereiro a Netflix disponibilizou 21 filmes da Ghibli, um estúdio de animação japonês fundado em 1985 pelos diretores Hayao Miyazaki, Isao Takahata e Toshio Suzuki. As animações da Ghibli são verdadeiras obras primas, singelas e extremamente complexas, que conseguem permear todas as camadas emocionais do ser humano - seja lá qual for sua idade, é impossível assistir seus filmes sem ser tocado pelos sensíveis e profundos personagens destes animes - "As emoções deles se tornarão suas", disse Miyazaki certa vez. E se tem algo que a Ghibli faz como ninguém, é mostrar a importância da comida no dia-a-dia dos personagens. Seus filmes possuem diversas cenas que se passam durantes as refeições, seus preparos e consumo, de forma casual, com grande importância para a trama e para o entendimento dos personagens. Uma verdadeira imersão na cultura japonesa, as comidas da Ghibli, além de extremamente bem desenhadas, fazem compreender quem são aquelas pessoas, sua identidade, classe social, anseios, defeitos e crenças, sem que seja necessário o uso de palavras para contextualizar a história por trás de cada um. As emoções do comer são portais para a Ghibli, e criam uma identificação com o espectador, de qualquer cultura, pois despertam não apenas memórias, mas principalmente afeto.


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