Rendadas, bordadas, de linho, coloridas ou até mesmo sintéticas - as toalhas fazem parte do enxoval da mesa, e é, literalmente, o pano de fundo de um jantar. Sua presença, ou não, pode dizer muito sobre aquela refeição antes mesmo que aconteça.
As toalhas de mesa já existem há mais de 2 mil anos e foram mencionadas nos escritos de Marcial (c.40-c.103), poeta hispânico do século I d.C., que descreve em suas obras o "Modus vivendi" da Roma de seu tempo. Mas, naquela época, as toalhas tinham muito mais a função de reter a sujeira e respingos dos jantares, do que de enfeitar propriamente a mesa. Inclusive, muitas das mesas romanas eram tão bonitas e ornamentadas, que era um ultraje serem encobertas por tecidos. Dizem que o imperador romano Carlos Magno (742-814), usava em seus jantares uma toalha de amianto, e que ao final da refeição, jogava-a sobre o fogo surpreendendo os convidados quando o tecido não queimava - truque que fortalecia seu poder e supremacia.
Com o tempo, as toalhas de mesa foram se tornando cada vez mais populares. Na Idade Média uma boa toalha branca de linho era sinônimo de status - apenas os mais ricos conseguiam, não apenas pagar pelo linho, mas manter a brancura do tecido em meio a lambança das refeições medievais. Inclusive, o linho era tão valioso que era contemplado nos testamentos e heranças familiares ao longo de muitos séculos. O escritor catalão Francesc Eiximenis (1330-1409), encorajou em alguns de seus textos as boas maneiras à mesa: “Se você cuspiu ou assoou o nariz, nunca limpe suas mãos na toalha de mesa ”, advertia, e caso venha a precisar cuspir, "faça isso atrás de você, nunca na mesa ou em qualquer outra pessoa." - diferente da toalha, as boas maneiras claramente mudaram bastante com o tempo.
📸 Na foto, as mais lindas toalhas de mesa da francesa @sarahespeute.
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